Os melhores de 2016

Todos os anos, antes de listar tudo o que desejo para 2017, paro para analisar e agradecer tudo o que rolou neste ano. Não só fazer um check list das metas de 2016, mas como diz Oswaldo Montenegro: “Faça uma lista dos sonhos que tinha…Quantos você desistiu de sonhar!” A intenção deste texto é eleger os melhores livros, filmes, séries, álbuns e viagens que degustei ao longo deste ano. E, claro, espero dicas para minha lista de 2017!

Livros

O Sol é Para Todos – Harper Lee

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Ainda era 2015, quando a minha querida amiga Isabella Lubrano do canal Ler Antes de Morrer já havia me convencido que o livro da Harper Lee era mais do que necessário e que eu precisava correr porque a continuação, engavetada por décadas, seria lançada logo logo.

Acabei esquecendo, mas com a morte da autora em fevereiro deste ano e as mil teorias da conspiração, não tinha como ignorar por mais tempo. O racismo é o tema central – poderia ser mais atual? – e é tratado de uma forma bem sutil, pelos olhos de uma criança. Não é a toa que é considerado um clássico norte-americano!

“Go Set a Watchman” é a continuação e ainda não consegui terminar (criei o péssimo hábito de ler mais que um livro por vez, o que aumentou meu tempo de leitura). Mas, com certeza, eu colocaria o segundo livro na lista dos melhores também.

Crônicas de uma namorada – Zélia Gattai

Apesar de fã de Jorge Amado, eu não conhecia a vida e obra de sua esposa Zélia Gattai. “Crônicas de uma namorada” é o único livro de ficção dessa paulista naturalizada baiana. Quero ainda ler os outros livros, em que ela conta as viagens com Jorge Amado ao longo da vida. Leve, boa escrita, perfeito para uma leitura de verão.

A insustentável leveza do ser – Milan Kundera

Não é um livro fácil! Na verdade, é um livro simples, a história de um casal medíocre, fazendo coisas medíocres. Mas, lemos em busca das entrelinhas, do que Kundera considera ser leve ou leve ser, e aí, meu amigo, fica complicado. As brigas, os descompassos, a solidão, ah a solidão, tudo isso vai mexendo com a gente profundamente. É um livro para ler com calma e, talvez, ser repetido. Acho que vou colocá-lo na minha lista de 2017!

Álbuns

Barulinho Bom: Uma Viagem Musical – Marisa Monte

O álbum é 1996, mas viciei nele este ano. Duplo, dá para uma viagem inteira e combina muito com qualquer situação. É dançante, impossível não mexer o corpinho para lá e para cá enquanto toca. Vale a pena!

Agradece – Marina Peralta

Com apenas 23 anos, Marina Peralta veio do Mato Grosso do Sul e já está cantando por aí nos circuitos de reggae e fora dele também. A voz é gostosa, adoro o ritmo, mas o que me surpreende mesmo são as letras. Feministaça! Ganhou muito meu coração ❤

Os afro-sambas – Baden Powell e Vinícius de Moraes

Lançado em 1966, eu também já escutava, mas esse ano achei o disco original (físico mesmo!) e não consegui mais parar de escutar. É poderoso demais, me remete a muita coisa boa e, claro, não tem como ficar parado.

Filmes

Beasts of no Nation

Um filme Netflix impressionante! Conta a história do pequeno Agu, uma criança que perde a família para a guerra civil em uma país africano não especificado (mas que nos lembra muito a guerra do Congo), e é transformado em força do exército rebelde. Precisa ter estômago, mas é de extrema importância perceber como a mente dessas crianças são torturadas e corrompidas ao longo dos anos, transformados em verdadeiros monstros.

O filho de Saul

Sim, só indico filme que precisa ter estômago. Poderia ser apenas mais uma história do holocausto, mais uma das muitas que se passaram no campo de concentração em Auchwitz. Mas a maneira como foi filmado muda toda a perspectiva da obra, é incrível e ao mesmo tempo aterrorizante o ponto de vista que somos obrigados a assistir!

A grande aposta

Eu sei, demorei para assistir, mas mesmo assim indicarei, porque foi com certeza um dos melhores filmes que assisti no ano. Um filme que tinha tudo para ser um pé no saco, especialmente para quem é de humanas como eu, mas não, é eletrizante, não dá para piscar, eu tive que sentar no sofá, porque não conseguiria acompanhar todos os números, os cálculos, as reviravoltas se estivesse deitada. INCRÍVEL! E porra, que merda de mercado financeiro nós temos, hein?

Séries

Sense8

Para mim superou Stranger Things, desculpa, mas nunca me senti tão conectada a uma série assim. A ideia, que eu ainda não entendi por completo, é tão maluca, mas faz tanto sentido ao mesmo tempo e esse nome combina tanto, porque é uma série mega sensorial, a gente se funde à história, chora, sorri, dança, canta….Foda! Sem falar em todo a questão de preconceito, rótulos e superficialidade mundial etc etc etc.

Gilmore Girls

Eu nunca tinha assistido quando jovem, então em um ano tive que ver as sete temporadas para conseguir entender a nova produzida pelo Netflix. Só tenho uma coisa a dizer: Cadê a próxima temporada?

Narcos

Apesar de todas as críticas à veracidade dos fatos e ao puxa-saquismo dos americanos, a série é muito bem produzida e ponto final. A história é envolvente, tem momentos em que torcemos para os vilões (o que para mim representa roteiro muito bom), e eu morro de orgulho do Wagner Moura. Podem falar qualquer coisa, mas se é difícil alcançar fama internacional como ator ou atriz, imagina para um brasileiro. Tem que ter muito talento e coragem!

Extra: Top of the Lake

Essa é uma série produzida na Nova Zelândia, indicação de 2015 de um amigo, mas que só consegui finalizar este ano. E acreditem, vale a pena demais! A história é de uma criança que é estuprada e desaparece. Um assunto muito delicado para o país, que tem altos índices de violência doméstica. O roteiro é surpreendente, você só consegue parar quando acaba e o final é chocante. Fora as paisagens, que me dão uma saudade danada.

Viagens

Salvador-BA

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A viagem na verdade foi para Morro de São Paulo, que eu amei, é um pedacinho do paraíso. Mas eu me senti em casa em Salvador, a comida, a cultura, a música…Com exceção dos trambiqueiros que querem te tirar dinheiro de todas as formas, a cidade é acolhedora vi-se? Pura energia positiva!

Brumadinho-MG (Inhotim)

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Rodamos 1.500km por 9 cidades da Estrada Real. Apesar de lindo, a história do Brasil é muito triste. Pensar que até pouco tempo fomos explorados de tantas formas, especialmente como seres-humanos. E já que estava pelas bandas de lá, resolvemos visitar Inhotim e estou até agora de queixo caído. Dá para ir todos os anos da vida e ainda sim não ser capaz de visitar cada cantinho desse museu vivo, né?

Capitólio-MG

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Porque acampei, porque choveu horrores, porque fez um sol lindo no último dia, porque a Serra da Canastra é impressionante, porque é bizarro pensar que a lagoa de Capitólio e todos aqueles cânions não são naturais e que centenas de cidades deixaram de existir para a construção de uma hidrelétrica. Um série de motivos faz Capitólio fascinante. E não deixa de ser lindo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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